sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Um guia sobre etiqueta ao usar Mercado Livre, eBay e afins. Parte 1: compradores.

  Bom dia, amigos!

  O post de retorno do blog não vai ser sobre algum vinil em específico e nem sobre música, mas sim sobre algo importantíssimo relacionado ao nosso meio: etiqueta ao usar Mercado Livre, eBay, Discogs e demais sites de venda. 
  Sim, eu diria que deve ser visto exatamente assim como escrevi: etiqueta! Se trata, afinal de contas, de ter educação, bom senso, classe e elegância ao negociar os nossos queridos bolachões, e eu tenho percebido que isso tudo está, infelizmente, muuuuito em falta no nosso mercado. Tanto da parte de vendedores quanto de compradores! O post é baseado em experiências pessoais que tive ao longo dos anos nos mais diferentes sites de venda, comprando e vendendo, bem como em tudo que vejo e ouço falar de amigos e até mesmo desconhecidos a respeito de suas experiências.

  Vejam bem: colecionar/negociar vinis é com certeza algo muito prazeroso. Aquela sensação de finalmente ter em mãos um disco querido, depois de dias aguardando pelos Correios, é maravilhosa. Tenho certeza de que para um vendedor que trabalha com isso por amor ao formato, também é muito prazeroso poder ajudar quem busca aquele disco querido. Antes de este disco chegar às mãos de um cidadão, no entanto, vem algo essencial à experiência como um todo que é, justamente, a parte da negociação - e o correto é que esta seja agradável tanto a quem compra quanto a quem vende. Infelizmente a gente sabe que não é bem assim sempre, e que nesses anos comprando em sites online a gente acaba topando, mais cedo ou mais tarde, com algum comprador ou vendedor em particular que estraga todo aquele prazer citado anteriormente. Muitas vezes temos de lidar até mesmo com pessoas que parecem pensar que possuem direitos onipotentes, acima até mesmo da tua dignidade. Absurdo.

  Hoje veremos a primeira parte desse guia sobre etiqueta, tratando dos compradores. É normal ver gente soltando aos 4 ventos "DIREITO DO CONSUMIDOR", não é mesmo? Mas nem sempre é assim que as coisas são ou deveriam ser. Para cada vendedor ruim, infelizmente existem também vários compradores que simplesmente não sabem usar sites de compra online. Vejamos algumas dicas importantes:

  - Caro comprador:
* Sabe aqueles avisos típicos de Mercado Livre, que dizem: "só clique em comprar se tiver certeza absoluta da compra"? Eles não estão ali à toa! Hoje em dia o Mercado Livre oferece anúncios grátis, os quais possuem exposição mínima (sequer aparecem nos itens do vendedor, só com muita pesquisa encontramos - é ideal para vendas diretas por inbox de Facebook, no entanto), mas qualquer vendedor que queira um pouco de exposição e maior chance de vendas acaba partindo pro tal do "anúncio clássico", anúncio este que gera taxas/comissões toda vez que alguém confirmar uma compra. No momento em que tu clicas na confirmação, estás gerando taxas pro vendedor, e ele terá sim de pagá-las mesmo que tu decidas não concretizar a compra! Pior ainda pra quem opta pelos tipos de anúncio com maior exposição, pois a taxa é ainda mais cara! Não é nada mais do que educação ter isto em mente e não sair clicando em "comprar" à toa. Pense bem da próxima!

* Saibam sobre o envio nacional: os Correios oferecem diversos tipos de envio, cada um com sua peculiaridade e valores. Os três mais comuns no meio dos vinis são: PAC, Sedex e Carta Registrada. PAC é o mais normal, leva uma média de 5 a 14 dias pro recebimento, e o valor é razoável, dependendo da região (o pior caso é de norte a sul ou vice-versa, onde o valor chega a uns R$25). Sedex é o envio mais rápido, como sabemos, mas também o mais caro. Costuma levar uns 3 dias ou 4 pra chegar, e isso na pior das hipóteses. Estou meio por fora dos valores, mas é seguro dizer que está (quase) o dobro do valor do PAC.

  O terceiro método que mais ouvimos falar é o mais problemático: Carta Registrada! Esse é aquele famoso método que um vendedor diz que vai custar R$10 e aí de repente os compradores começam a pensar que envio sempre custa R$10 e/ou é sempre possível enviar por esse método, e até mesmo reclamam se outros vendedores informarem que não é possível. O comprador precisa ter em mente que Carta Registrada oficialmente é um método de envio apenas para documentos de até 500g. Isso implica em alguns problemas: o primeiro é que nem toda agência topa enviar um pacote por Registrada se for qualquer coisa além de documentos, óbviamente. Em teoria e prática, as agências que topam enviar discos por Carta Registrada estão ERRADAS e seus funcionários podem ser punidos por isso. Passou do primeiro problema? Vem o segundo, que é até mais importante: se o limite de peso é de até 500g, surge o risco de não ser possível proteger o pacote de forma tão segura quanto seria possível com PAC ou Sedex. Um (1) LP bem embalado em caixa de papelão, com placas de papelão no interior e plástico bolha, facilmente passa de 500g. Surgem aí aqueles vendedores que embalam seus discos com isopor e/ou papel pardo quando sabem que a agência mais próxima aceita isso e querem "baratear" os custos de envio. Ótimo, muito nobre querer oferecer envio barato. Mas o barato pode sair caro, até porque os Correios são verdadeiros craques em danificar pacotes, e isopor não tem o mesmo nível de proteção do que uma caixa bem embalada. Isso me leva a outra coisa importante...

* Tenha bom senso pra diferenciar quando a culpa por algum problema no envio é do vendedor ou dos Correios: ...O pacote chega na tua casa e o vinil está quebrado! E agora?! De quem é a culpa?
Na teoria, a culpa começa pelos Correios: são eles que transportam o pacote e deveriam prezar pela integridade deste. Infelizmente os serviços deles são de mediocres pra horríveis, então jamais faça uma compra esperando que eles vão cuidar bem do pacote porque simplesmente não vão. Há um PORÉM no entanto: como era a embalagem na qual o disco chegou? Era segura? Pois sim, a culpa começa pelos Correios, mas é obrigação do vendedor estar ciente dos problemas que ocorrem em nosso país com o envio e prezar, também, pela integridade do item que está enviando. Se o disco chegou embalado apenas em papelão fino, jornal ou qualquer coisa desse tipo, o vendedor passa a ter tanta culpa quanto os Correios pelo prejuízo (falarei mais do vendedor na segunda parte do guia), afinal ele não deu a mínima pra integridade do disco a ser transportado. Quanto a problemas com atraso: meu amigo, não é o vendedor que está levando o pacote até a sua casa! No minuto em que o vendedor deixou o pacote nos Correios e lhe passou o código de rastreio, qualquer reclamação sobre atrasos deve ser direcionada aos Correios e ninguém mais. No máximo, o vendedor deve lhe ajudar com a reclamação mas não é, de forma alguma, culpa dele que o pacote está atrasado!

* Os dois itens anteriores também servem pra envio internacional: tenhamos bom senso e educação sempre! O brasileiro tem má fama com vendedores internacionais por motivos concretos. Somos um dos piores povos no que se diz respeito a compras lá fora, pois muitos de nossos compradores não sabem usar essa etiqueta da qual tanto falo, e pra piorar a situação os nossos Correios muitas vezes passam informações errôneas aos nossos compradores com o intuito de se livrarem de qualquer culpa que possam ter sobre o destino dos pacotes em nosso solo.

  Não vou elaborar muito sobre os envios dos diversos países afinal isso levaria uma eternidade! Apenas tenham em mente que envio internacional demora, pra começo de conversa. Os métodos de envio mais baratos demoram de 30 dias a mais - menos do que isso é exceção e não regra. Outra coisa é que estes envios mais baratos raramente possuem rastreio, então não adianta reclamar que não tá podendo acompanhar pois infelizmente é assim mesmo. O jeito é pagar mais pra registrar o pacote, e assim ter mais tranquilidade! No caso dos EUA, sempre recomendo o Registered Mail, que é uma taxa de cerca de U$13,50 em cima do valor do First Class e aí é possível rastrear o pacote pelos Correios daqui. É a forma mais barata de se enviar um pacote com registro lá dos EUA (Priority é mais rápido e tem rastreio completo, mas custa mais).

  Tá, mas deixando a demora de lado, e quando um pacote desaparece? Amigos, lamento informá-los, mas aí vem o motivo número 1 das reclamações dos vendedores de fora a respeito dos brasileiros: é muito normal pacotes sumirem aqui no país, principalmente os sem registro, e é mais normal ainda os nossos Correios informarem aos compradores que eles devem exigir o dinheiro de volta do vendedor, pra assim não ter "culpa no cartório". Lembra quando comentei que não era o vendedor que iria levar o pacote até a sua casa (e por isso deveriamos ter bom senso)? Encaixa aqui também: pode até doer, mas pense no lado do vendedor, que fez sua parte. O fato é que nosso país tem sérios problemas no sistema postal, e isso não é culpa de qualquer vendedor internacional. Até mesmo casos de furto são bem comuns aqui, e digo isso por experiência (já tive pacotes furtados dentro dos Correios e inclusive em uma ocasião estive em contato com o diretor de um CDD dos Correios onde isso havia ocorrido mais vezes). Lembrem-se disso sempre que um vendedor se recusar a enviar pro Brasil, pois é fato que eles tomam muito prejuízo "graças" aos brasileiros (e outros países com problemas similares aos nossos). Enquanto nós brasileiros aceitarmos isso e jogarmos nossa raiva pra cima dos vendedores ao invés dos verdadeiros culpados, as coisas não irão mudar. Continuando assim, eu diria que é muita hipocrisia nossa reclamar dos vendedores que tomam prejuízo mundo à fora por nossa culpa. Pensem nisso! O ideal em casos assim é mantermos o nível, e se considerar o item à venda essencial, tente ter um papo agradável (em inglês) com o vendedor. Já tive ótimas experiêncais assim, onde o vendedor sentiu confiança e ficou à vontade pra tentar o envio pras nossas terras (sob minha total responsabilidade, é óbvio).

* E por último, mas importantíssimo: seja cordial em suas negociações! Ninguém tem culpa se o seu dia foi ruim ou se o fulano lhe prejudicou no passado. Não é assim que a vida funciona, meus caros. Trate o próximo com carinho e educação!

  E eu fico por aqui, acho que cobri alguns dos pontos mais importantes dos compradores. Próximo post: parte 2, vendedores! Vamos fazer nosso melhor pelo mercado nacional dos vinis. :)
Abraços!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

1 ano depois...

  Saudações!

  Meus caros, antes de mais nada devo me desculpar pela falta de posts. A vida é feita dessas coisas, creio: tanta coisa acontece em tão pouco tempo, que a gente começa a pegar novos hábitos, deixa outros de lado, se foca em novos projetos...

  Em 2014 fiz dois posts com bastante carinho, e 1 ano depois vejo que ainda estão relevantes. No do Lou Reed talvez eu corrigiria alguma coisa menor, mas as informações estão corretas - a única coisa que talvez poderia ser diferente são os arquivos em .mp3, pois de lá pra cá tivemos o lançamento da edição "Super Deluxe" do terceiro album do Velvet Underground, e esta contém boa parte das músicas do arquivo nº3 ("Work In Progress") em novas remasterizações e mixes, algumas radicalmente diferentes, como é o caso de I Can't Stand It (finalmente lançada sem o reverb digital excessivo da masterização de 1985, bem como um solo de guitarra inédito, que foi cortado da versão '85). Talvez eu atualize o arquivo um dia desses pois o trabalho dessa edição Super Deluxe ficou muito bom!

  No post do alerta, eu até diria que é uma pena que todas as informações ainda são relevantes e válidas! Reli o post e fiquei decepcionado que nesse último ano tanto se falou da tal "volta do vinil" mas os problemas citados todos continuam. Continuei vendo, por exemplo, cópias piratas do Louco Por Você pipocando em sites de venda e sendo passadas como originais, e fiquei sabendo através de um amigo que uma dessas cópias até mesmo foi encontrada por ele em uma loja da capital paulista, em uma capa xerox. É aquela coisa: tudo OK se os vendedores forem transparentes com os itens vendidos, deixando claro que é pirata, mas passar gato por lebre não é muito diferente do que fazem os políticos tão críticados por nosso povo! Corrupção tem em todos os níveis, diga-se de passagem. O mesmo vale pros polimentos e afins mencionados, tudo continua do jeito que estava...

  Mas a vida segue! Nesse ano que se passou aconteceram muitas coisas comigo, desde mudança de cidade até a entrada na faculdade, e no que se trata de vinis também pude agregar um tanto de experiências novas, de novas informações encontradas em minhas pesquisas à itens cobiçados finalmente entrando na minha coleção. É realmente uma experiência sem igual finalmente ter em suas próprias mãos um disco tão procurado, não? Enfim - vou tocando nisso nos posts futuros. Peço a compreensão e apoio de todos, pois com certeza o blog vai voltar à ativa (em muito breve) e vontade de botá-lo a andar com textos honestos e compreensivos a respeito de todo tipo de música é o que não falta. Tenho materiais bem interessantes a discutir!

  Agradeço muito. Qualquer coisa, podem me encontrar no Facebook: facebook.com/williamcampbell.mitsuharusan. Forte abraço!